terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sem suar a camisa


– Ei, me passa a bola, agora é minha vez!

Jogar entre amigos é muito bom. É uma pena que o homem pós-moderno não tem mais tempo para praticar esportes, investir na saúde e se divertir ao mesmo tempo. Com tarefas a cumprir, o esporte acabou ficando de lado. Mas por que o futebol, por exemplo, está na boca de quase todo brasileiro? Será pelo fato de o Brasil ser considerado o país do futebol? Essas são algumas perguntas que surgem quando se trata de um esporte que boa parte das pessoas gosta, porém, quase ninguém pratica.

É comum o brasileiro saber o resultado do futebol, vôlei e basquete, porém esses e outros esportes passaram a ser contemplados de longe, na telinha da televisão. O conforto de ficar sentado no sofá da sala e apenas com um click acompanhar o esporte sem fazer nenhum esforço é realmente tentador.
A mídia transforma qualquer tipo de esporte em entretenimento para chamar a atenção, informar sobre o que está acontecendo, mas também cria celebridades para dar mais espaço para o esporte, já que é um assunto que muitos gostam, ou seja, aumenta a audiência.

O professor Augusto Cesar Leiro, pesquisador da Universidade Federal da Bahia, faz uma análise interessante em seu doutorado dizendo que “a mídia trabalha com o futebol das mais variadas formas. Ela explora o futebol como a sua maior fonte de renda. Os espaços publicitários das partidas do Campeonato Brasileiro transmitido pela televisão valem milhões, representando cifras significativas, tanto para os clubes quanto para os meios de comunicação. Já as rádios, com cifras mais modestas (o investimento depende de seu índice de audiência), recebem pelos espaços (tempo) importâncias menores. Nos jornais, as páginas esportivas estão entre as mais lidas pela população, ganhando inclusive das editorias de política e de economia”.

Leiro comenta uma realidade que mostra o modo que diversas mídias investem para transmitir o esporte, sendo a maior fonte de lucro.  Se o telespectador passar a praticar o esporte que assiste, não terá um vida de clik´s, mas voltará a ter uma vida onde o comodismo não tem vez.

Referência:
Leiro, Augusto César Rios. Educação e mídia esportiva: representações sociais das juventudes. Tese de doutorado, Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Educação, 2004.

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