terça-feira, 13 de setembro de 2011

A base de tudo

O afro-americano Kevin Keith, 46 anos, aguarda sua condenação no corredor da morte. Kevin é acusado de invadir o apartamento de Marichell Chatman em Bucyrus, Ohio, nos Estados Unidos, e atirar contra seis pessoas que estavam no local. Além de Marichell, havia três crianças, uma delas sua filha, seu namorado e sua tia. Apenas duas crianças sobreviveram ao ataque. O crime foi cometido no dia 13 de fevereiro de 1994 e quatro meses depois, Kevin estava no corredor da morte.

Richard Warren, namorado de Marichell, disse que reconheceu Kevin quando estava no hospital, logo após o tiroteio, e que sua enfermeira, Amy Gimmets, foi assassinada por ele. A declaração de Richard ajudou a apressar a condenação de Kevin. Mas, só em 2007 os advogados de Kevin descobriram que esta enfermeira nunca trabalhou no hospital onde Richard tinha alegado. Algo estranho. Todas as conversas de Richard com a polícia foram destruídas. Segundo investigações, ainda não se sabe se Kevin é inocente ou culpado pelas mortes. Não há informação se ele está solto ou foi condenado.

Casos como o de Kevin Keith não são raros. Nos EUA, desde 1976 mais de 130 pessoas são liberadas dos corredores de morte, mostrando que a justiça americana pode errar, assim como outro país que tem pena de morte.

Possibilidade de um inocente ser condenado à morte é apenas um dos fatores relevantes para que a pena de morte seja banida. Não importa qual foi o delito que o indivíduo cometeu, o ser humano tem direito à vida, e a pena de morte nada mais é do que a violação deste direito.

E se for um político corrupto? As pessoas, naturalmente, já têm a tendência de odiar os políticos sem fazer nada, e quando pegos passando a mão no dinheiro público o povo fica irado e quer que eles morram. Reação comum aqui no Brasil. Existe uma dificuldade em analisar os casos. À justiça, no Brasil, nem sempre é competente no sentido de investigar e apurar os fatos. Exige tempo, dedicação e jogo limpo. Infelizmente, a justiça brasileira é duvidosa e acaba sendo incapaz de fazer um julgamento sensato. Há muito mistério por trás da política que nem sempre dá para investigar.

Além da falha na justiça e violação do direito à vida, economicamente falando, é muito mais caro usar alguns métodos de pena de morte do que sustentar o indivíduo preso. Por exemplo, nos EUA, gastam-se cerca de dois milhões de dólares para executar uma pessoa. Este dinheiro poderia ser muito útil no sistema de saúde e educação. Investir na educação, na base do indivíduo, poderia ser um bom começo para dar às crianças uma boa estrutura para que não sejam penalizadas quando adultos.