sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Exageros da imitação contribuem para a vaidade precoce

Que criança nunca calçou o sapato de salto alto da mãe, usou seu batom ou vestiu o terno do pai? Imitar os pais na infância é algo comum, porém, os exageros podem atrapalhar o desenvolvimento da criança e trazer problemas como a vaidade precoce.

Segundo a psicóloga Daniela Antória, o comportamento dos filhos em relação à preocupação com a estética exterior ou a identificação de uma intenção vaidosa deve ser observada pelos pais. “É essencial identificarmos o que está por traz dessa vaidade. Podemos considerar saudável, aquela preocupação estética que preserva o bem estar emocional da criança”, explica.

Além disso, ela deve ser observada também no ambiente escolar, pelos professores e responsáveis. Para Ester Klein, professora de Educação Infantil do Colégio Unasp, em Engenheiro Coelho, a vaidade não está longe dos pequenos e nem da sala de aula. Ela conta que na escola onde trabalha esse comportamento é perceptível nas crianças. “As meninas de quatro anos já passam batom. Elas falam, olha tia a cor do meu batom”, alarma-se.

Muitas vezes, os próprios pais acabam por influenciar, de forma inconsciente, esse tipo de comportamento em seus filhos.. Um exemplo disso é Nicole Pires, de 9 anos, que usa esmalte desde muito pequena. “Eu faço francesinha desde os cinco anos, minha mãe ou minha irmã que passam esmalte em mim,” conta.

Essa influência não acontece apenas em casa, mas também nas relações sociais e no âmbito escolar. Para Ester Klein, os pequenos acabam sendo influenciados de algum jeito. “Mesmo se a criança não tem exemplo em casa de vaidade, na escola acaba sendo influenciada pelos coleguinhas”, afirma.

Daniela Antório acredita que os pais devem estar preparados para orientar os filhos. Quando a criança passa a utilizar roupas de apelo sensual ou quando deixa de frequentar algum local por não se sentir bem vestida, é um sinal de alerta. "Os adultos devem manter sua atenção a essas reproduções, questinando-se quanto a sua participação e contribuição na percepção dessa criança", recomenda.

No entanto, a psicóloga explica que a imitação dos pais é saudável, pois faz parte de seu desenvolvimento. "Meninos ou meninas imitam, fantasiam e ensaiam ser ou sentir-se como aquele que lhe disponibiliza atenção, cuidado e afeto", ressalta. A observação dos pais a esses detalhes é essencial para que o crescimento do seu filho seja natural e benéfico.

Falta de informação prejudica coleta seletiva

Separar garrafa plástica, vidro e metal dos alimentos parece algo simples. Esse costume pode facilitar a trabalho de quem faz a coleta de lixo, mas nem todas as pessoas têm consciência dessa atitude e, por isso, não a praticam.

De acordo com o ambientalista Caetano Consolo, com a separação do lixo é possível evitar muitos males para a natureza e impedir futuros incidentes. “Fazendo a coleta seletiva você evita enchentes, doenças, contaminação da água potável, contaminação do solo e diminui a poluição visual”, explica.

Além disso, a redução dos resíduos que vão para lixões, aterros sanitários, ruas, rede de esgoto e mananciais é mais um dos benefícios para o meio ambiente.

A coleta seletiva pode se dar através de catadores comuns, empregados vinculados à empresas, em postos de troca, postos de entrega voluntária e através de coleta domiciliar. Consolo explica que a separação de materiais em casa pode ser feita sem muito esforço. Segundo ele, é necessário ter dois cestos de lixo disponíveis. “Um cesto para o lixo orgânico, que deve ficar em um local de difícil acesso para animais e bem tampado, e outro para o lixo que possivelmente poderá ser reciclado”, ensina. Já baterias e pilhas não devem ser jogadas no lixo junto com o material orgânico ou seletivo. “As baterias devem ser entregues em postos instalados em alguns bancos e supermercados para ser dado um destino final”.

Alisson Carvalho é coletor de lixo há um ano e cinco meses. Só depois de conhecer o trabalho ele valorizou a coleta e percebeu o quanto é importante para o meio ambiente. “Eu, antes, não dava importância. Sabia, mas não praticava”, confessa.

Ele acredita que muitos sabem o quão necessária é a coleta, porém, há um desinteresse em praticar. “Uma boa parte das pessoas não se preocupa. Elas têm informação sobre, mas não se interessam por coisas a respeito do ambiente”, lamenta.

O ambientalista discorda do ponto de vista de Alisson. Para ele, ainda falta conhecimento das pessoas sobre o assunto. “Infelizmente essas pessoas não possuem nem informações e nem consciência da importância da prática da coleta seletiva”, declara Consolo.

Essa falta de conhecimento e desinteresse não são apenas das pessoas, mas também dos comércios. “As empresas, de maneira geral, e o governo não dão tanta importância a essa questão, pois um bom programa de coleta seletiva envolve custos e poucos conseguem visualizar os benefícios de sua prática”, argumenta.

De acordo com Alisson, as pessoas precisam perceber a gravidade de não fazer o que é preciso. “A gente tem que fazer um pouquinho pela sociedade que vivemos. O lixo não tem culpa de estar ali. Se está fora do lixeiro é porque alguém colocou. Cada um deve fazer sua parte”, finaliza.